quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

A cultura é inútil, felizmente

Em seu novo ensaio, o italiano Nuccio Ordine critica a “ditadura do proveito”, o utilitarismo da educação e o pouco interesse da política pelos bens do espírito

Paris 7 JAN 2014 - 21:01 El País


O noticiário policial de 26 de dezembro de 2013 em Paris relata que um escritor desesperado, farto de instituições indiferentes à sua paixão pela cultura, arremessou seu carro contra os portões gradeados do Palácio do Eliseu. O motorista, Attilio Maggiulli, não pôde suportar o que considerava um desprezo oficial ao projeto da sua vida, o Théâtre de la Comédie Italiénne – que perdeu quase 50% de financiamento público em três anos –, e não encontrou melhor maneira de apresentar suas queixas do que carimbar sua indignação contra a residência oficial da presidência da República Francesa.

 
Uma imagem composta para representar a leitura e a cultura em geral como um refúgio.

Até aqui tem-se o resumo da história de Maggiulli. A notícia remete, no entanto, à história de outro escritor indignado, o professor italiano Nuccio Ordine (nascido em Diamante, região da Calábria, daí o nome Diamante Ordine em sua certidão de batismo). Com personagens iguais ou parecidos – uma cultura apunhalada, uma educação asfixiada e um povo adormecido –, Ordine, de 55 anos, preferiu usar a palavra para atacar a ignorância das instituições e alertar sobre seus efeitos para a cidadania. Se deixarmos que nos roubem o legado de nossos antepassados e que se mutile o conhecimento, alerta, não apenas deixaremos de ser pessoas cultas, como também todas as gerações futuras deixarão de ser pessoas em sentido estrito.
O veículo usado por Ordine para seu grito profético é o manifesto chamado L'utilità dell'inutile (“A utilidade do inútil”, semtradução no Brasil). Na Espanha, o ensaio foi publicado por Jaume Vallcorba, fundador das editoras Acantilado e Quaderns Crema, e traduzido pelo professor de Filosofia Jordi Bayod Brau.

A barbárie do útil corrompeu nossas relações e afetos íntimos


Ordine, professor de prestigiosas universidades, especialista em Renascimento e diretor de várias coleções de clássicos da editora Belles Lettres, de Paris, se diz “emocionado” pela recepção de seu livro em Barcelona, onde foi apresentado recentemente, e em Madri (onde foi apadrinhado por Fernando Savater). “As pessoas me abraçavam e me agradeciam. Um estudante me disse: ‘Decidi estudar Filosofia e Paleografia contra a vontade de meu pai, que me perguntava para que isso servia. Seu livro confirmou minha decisão”, relembra.
A tese central do livro pode ser resumida na ideia de que a literatura, a filosofia e outros conhecimentos humanísticos e científicos, longe de serem inúteis – como se poderia deduzir por seu progressivo isolamento nos planos educacionais e nos orçamentos ministeriais –, são imprescindíveis. “O fato de [tais conhecimentos] serem imunes a qualquer expectativa de benefício” representa, segundo o autor, “uma forma de resistência aos egoísmos do presente, um antídoto contra a barbárie do útil, que chegou a corromper inclusive nossas relações sociais e nossos afetos íntimos”.

Como em um coro grego, Nuccio Ordine monta uma defesa do conhecimento apoiando-se nos autores que o precederam em sua empreitada. Dante, Petrarca, Moro, Campanella, Bruno, Bataille, Keynes, Steiner, García Márquez, Cervantes, Shakespeare, Platão, Sócrates, Sêneca, Heidegger, Cioran, García Lorca, Tocqueville, Hugo, Montaigne... Eles são recrutados e contextualizados para mostrar “o peso ilusório da posse e seus efeitos devastadores sobre a dignitas hominis, o amor e a verdade”.
Por que este livro? “Há 24 anos venho tentando convencer meus alunos de que não se frequenta a universidade para obter um diploma, mas para tentarmos ser melhores, isto é, para aprendermos a raciocinar de forma independente.” Para Ordine, a transmissão do amor pelo conhecimento é um esporte de combate. E isso implica desmontar algumas ideias materialistas difundidas pelo sistema capitalista. “As pessoas pensam que a felicidade é um produto do dinheiro. Estão enganadas!”, afirma.
Tal pretensão já se estendeu para todos os âmbitos. “O utilitarismo invadiu espaços aonde nunca deveria ter entrado, como as instituições educativas”, denuncia o professor. E alerta: “Quando se reduz o orçamento para as universidades, escolas, teatros, pesquisas arqueológicas e bibliotecas, a excelência de um país está sendo diminuída, eliminando qualquer possibilidade de formar toda uma geração”.

O autor também se apoia em um discurso de Victor Hugo – em 1848! – diante da própria Assembleia Constituinte da França, onde o escritor pronunciou estas palavras: “As reduções propostas no orçamento especial das ciências, das letras e das artes são duplamente perversas. São insignificantes do ponto de vista financeiro, e nocivas de todos os outros pontos de vista”. Ordine diz que, ao ler esse discurso, deu um pulo até o teto e se apropriou das teses de Hugo ao afirmar (exclamar, na verdade) que “nas épocas de crise é que se deve dobrar o orçamento para a cultura!”.
O manifesto inclui também um texto premonitório de Abraham Flexner, publicado em 1939, que prega a importância da ciência. “Queria que ficasse claro que a defesa do inútil [o que não é ligado ao objetivo de lucro] não diz respeito somente a escritores e humanistas, mas é uma luta que também preocupa os cientistas”, explica Ordine. “O Estado não pode renunciar à ciência básica [por causa dos benefícios advindos]; por isso escrevi um capítulo dedicado às universidades entendidas como empresas.”

Em épocas de crise é preciso dobrar o orçamento para a cultura

A Utilidade do Inútil não é apenas uma série de argumentos contra a tendência ao utilitarismo ou o “comércio satânico” (Baudelaire): é também um manual para superar o que o autor do livro chama de “o inverno da consciência” e para lembrar, com Montaigne, que “é o desfrutar, não o possuir, que nos faz felizes”.






domingo, 29 de novembro de 2015

Londres, a Meca dos corruptos

27/03/2015


http://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2015/03/150327-Londres.jpg
Como o sistema financeiro internacional converteu capital britânica no centro global de reciclagem para riqueza de políticos inescrupulosos, ditadores e crime organizado  


A conta não fecha. Quase todos os dias, jornais e televisões inglesas estão repletos de histórias que cheiram a corrupção. Contudo, no ranking de corrupção da ONG “Transparência Internacional”, a Grã-Bretanha ocupa o 14º lugar entre 177 nações (1) – significando que estaria entre as nações mais bem geridas da Terra. Ou os 13 países que vêm antes da Grã-Bretanha são espetacularmente corruptos, ou há algo errado com esse ranking da “Transparência Internacional”.

Sim, o problema é o índice. As definições de “corrupção” de que se serve são as mais estreitas e seletivas. Nos países ricos, práticas comuns que sem dúvida poderiam ser consideradas corruptas são simplesmente excluídas; já práticas comuns em países pobres são enfatizadas.

Esta semana foi publicado um livro bastante inovador, editado por David Whyte: How Corrupt Is Britain? [Quão Corrupta é a Grã-Bretanha?] (2). Deveria ser lida por todos aqueles que acham que Grã-Bretanha merece a posição em que aparece no ranking da “Transparência Internacional”.
Existiria ainda um setor bancário comercial na Grã-Bretanha, não fosse a corrupção? Pense na lista dos escândalos: pensões subfaturadas, fraudes hipotecárias, o embuste do seguro de proteção de pagamentos, a manipulação da taxa interbancária Libor, as operações com informações privilegiadas e tantos outros. Depois, pergunte-se se espoliar as pessoas é uma aberração – ou o próprio modelo de negócio.

Nenhum dirigente de banco foi indiciado, sequer desqualificado ou demitido por práticas que contribuíram para desencadear a crise financeira: a legislação que os teria coibido ou enquadrado em crimes já havia sido paulatinamente esvaziada, antes, por sucessivos governos.

Um ex-ministro do atual governo britânico dirigia o banco HSBC (2) quando este praticava sistematicamente crimes de evasão fiscal (3) e lavagem de dinheiro do narcotráfico, além de garantir serviços a bancos da Arábia Saudita e Bangladesh ligados ao financiamento do terrorismo (4). Ao invés de processar o banco, o diretor da Controladoria Fiscal do Reino Unido passou a trabalhar para ele, ao se aposentar (5).

A City de Londres, que opera com o apoio dos territórios britânicos de além-mar e postos avançados da Coroa, é líder mundial dos paraísos fiscais, controlando 24% de todos os serviços financeiros (6) oferecidos offshore.

A cidade oferece ao capital global um sofisticado regime de sigilo, dando assistência não apenas a sonegadores de impostos, mas também a contrabandistas, fugitivos de sanções e lavadores de dinheiro. Como disse a juíza de instrução francesa Eva Joly, ao queixar-se que a City “nunca forneceu sequer uma ínfima evidência útil a qualquer magistrado estrangeiro” (7).
Reino Unido, Suíça, Cingapura, Luxemburgo e Alemanha estão todos entre os países menos corruptos na lista da Transparência Internacional. Mas figuram também na lista da Rede de Justiça Fiscal (Tax Justice Network) como administradores dos piores regimes sigilosos de investimento e paraísos fiscais (8). Por alguma estranha razão, nada disso é levado em conta para definir o ranking da ONG Transparência Internacional.

A Iniciativa de Financiamento Privado (Private Finance Initiative) tem sido usada por sucessivos governos britânicos para iludir os cidadãos quanto à extensão dos seus empréstimos, enquanto canalizam dinheiro público para corporações privadas. Envolta em segredo, recheada de propinas ocultas (9), a IFP tem fisgado hospitais e escolas sempre com dívidas impagáveis, enquanto impede que a população controle os serviços públicos.

Espiões do Estado lançam-se à vigilância (10) em massa, ao mesmo tempo em que a polícia trabalha servindo-se de identidades de crianças mortas, mente em tribunais para fornecer provas falsas e incita crianças ao ativismo extremista, além de infiltrar-se em grupos pacíficos, tentando destruí-los (11). As forças policiais já mentiram sobre o desastre de Hillsborough (12); já protegeram pedófilos ativos (13) –inclusive Jimmy Savile e, como hoje se afirma, toda uma gama de dirigentes políticos suspeitos também do assassinato de crianças. Savile foi protegido também pelo Serviço Nacional de Saúde (National Health Service) e pela BBC – que demitiu a maioria dos que tentaram expô-lo (14) e promoveu os que tentaram perpetuar o ocultamento dos fatos.

Há o problema de intocado sistema de financiamento político, que permite a compra dos partidos (15) pelos mais ricos. Há o escândalo das escutas telefônicas e dos jornais que subornam policiais; da privatização dos Correios britânicos, o Royal Mail (16), vendido a preços insignificantes; o esquema da “porta giratória”, que permite a empresários e empregados de grandes empresas, depois de eleitos, ficar em posição de redigir leis que defendem seus próprios interesses ou dos respectivos patrões; o assalto à seguridade social e aos serviços prisionais, por empresas privadas terceirizadas; a fixação, por empresas, do preço da energia; o roubo diário perpetrado pela indústria farmacêutica, e outras tantas dúzias de casos semelhantes. Nada disso é corrupção? Ou são operações ‘sofisticadas’ demais para serem expostas sob o seu verdadeiro nome, “corrupção”?

Entre as fontes usadas pela Transparência Internacional para produzir seu ranking estão o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial. Confiar no Banco Mundial para aferir corrupção é como confiar em Vlad, o Empalador, para aferir direitos humanos. Orientado pelo princípio um dólar-um voto, controlado pelas nações ricas e atuando nas nações pobres, o Banco Mundial financiou centenas de elefantes brancos que enriqueceram enormemente as elites mais corruptas e beneficiaram capitais estrangeiros (17), ao mesmo tempo em que expulsava pessoas das próprias terras e deixava países afogados em dívidas impagáveis. Para espanto geral, a definição do Banco Mundial para a corrupção é tão limitada que não considera esse tipo de prática.

E o Fórum Econômico Mundial estabelece sua escala de corrupção a partir de uma pesquisa que consulta executivos mundiais (18) — precisamente eles, cujas empresas são beneficiárias diretas do tipo de práticas que estou listando nesse artigo. As perguntas se limitam ao pagamento de propinas e à aquisição corrupta de fundos públicos por interesses privados (19), excluindo o tipo de corrupção que prevalece nas nações ricas. Quando entrevista cidadãos comuns, a Transparência Internacional segue a mesma linha: a maior parte das perguntas específicas concerne ao pagamento de propinas (20).

Quão corrupta é a Grã Bretanha? Tão estreitas concepções de corrupção são parte de uma longa tradição de retratá-la como algo confinado a países fracos, que precisam ser salvos por “reformas” impostas pelos poderes coloniais e, mais recentemente, organismos tais como Banco Mundial e FMI. Essas “reformas” significam austeridade, privatização, terceirização e desregulamentação. Elas tendem a sugar dinheiro das mãos dos pobres para as mãos das oligarquias nacionais e globais.

Para organizações como o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial, há pouca diferença entre o interesse público e os interesses das corporações globais. O que pode parecer corrupção de qualquer outra perspectiva é visto por eles como fundamentos econômicos. O poder das finanças globais e a imensa riqueza da elite global estão fundadas em corrupção, e os beneficiários têm interesse em enquadrar a questão para desculpar-se. Sim, muitos países pobres sofrem o flagelo do tipo de corrupção que é o pagamento de propinas a servidores públicos. Mas o problemas que atormentam a Inglaterra são mais profundos. Quando o sistema já pertence à elite, propinas são supérfluas.

NOTAS
1. https://www.transparency.
2. http://www.plutobooks.com/
3. http://www.theguardian.com/
4. http://www.hsgac.senate.
5. http://www.theguardian.com/
6. John Christensen, 2015, in David Whyte (ed). How Corrupt is Britain? Pluto Press, London.
7. Nicholas Shaxson, 2011. Treasure Islands: Tax Havens and the Men Who Stole the World. Random House, London. http://
8. http://www.
9. http://www.theguardian.com/
10. http://www.theguardian.
11. http://www.theguardian.
12. Sheila Coleman, 2015, in David Whyte (ed). How Corrupt is Britain? Pluto Press, London.
13. http://www.theguardian.
14. http://www.theguardian.
15. http://www.theguardian.
16. http://www.theguardian.
17. http://www.
18. http://www3.weforum.org/
19. http://www.ticambodia.org/
20. http://www.transparency.














O mito interesseiro da “autorregulação”

26/11/2015


151126-Autorregulação2 

Aos poucos, Estados transferem poder de regulamentar vida econômica e financeira aos “mercados”. Se não for freada, tendência destruirá direitos sociais e natureza

Por George Monbiot | Tradução: Gabriel Filippo Simões | Imagem: Jack Livine


O que os governos aprenderam com a crise financeira? Eu poderia escrever uma coluna falando sobre isso. Ou poderia explicar com uma única palavra: nada.

Na verdade, nada é muito generoso. As lições aprendidas são contra-lições, anticonhecimento, novas políticas que dificilmente poderiam ser melhor concebidas para assegurar a recorrência da crise, dessa vez com acréscimo de impulso e menos remédios. E a crise financeira é apenas uma das múltiplas crises – de arrecadação, gasto público, saúde pública e, acima de todas, ecológica – que as mesmas contra-lições fazem acelerar.

Volte um pouco atrás e você verá que todas essas crises têm origem na mesma causa. Atores com grande poder e alcance global são liberados do império das leis. Isso acontece devido à corrupção fundamental no núcleo da política. Em quase todas as nações, os interesses das elites econômicas tendem a pesar mais na balança dos governos do que os interesses do eleitorado. Bancos, corporações e proprietários de terras exercem um poder enigmático, operando silenciosamente entre os membros da classe política. A governança global está se tornando algo semelhante a uma reunião infinita do Clube de Bilderberg1.

O professor de direito Joel Bakan, num artigo no Cornell International Law Journal, argumenta que dois movimentos alarmantes estão acontecendo simultaneamente. De um lado, os governos vêm revogando leis que restringem a ação de bancos e corporações, sob o argumento de que a globalização enfraquece os Estados, tornando impossível uma legislação efetiva. Como alternativa, eles dizem, nós devemos confiar na autorregulação daqueles que exercem o poder econômico.
Por outro lado, os mesmos governos concebem novas leis draconianas para fortalecer o poder da elite. Às corporações são dados os direitos de pessoas físicas. Seus direitos de propriedade são reforçados. Aqueles que protestam contra elas estão sujeitos ao controle e à vigilância policial. Ah, o poder do Estado continua muito bem a existir – quando é conveniente…

Muitos de vocês já terão ouvido falar sobre a Parceria Transpacífica (TPP) e da proposta da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP). São, supostamente, acordos de comércio – mas pouco têm a ver com comércio e, sim, com poder. Ampliam o poder das corporações, enquanto reduzem o poder dos parlamentos e do Estado de Direito. Tais acordos não poderiam ser melhor concebidos para exacerbar e universalizar nossas múltiplas crises – financeira, social e ambiental. Mas algo ainda pior está por vir, o resultado de negociações conduzidas, mais uma vez, em segredo: um Acordo sobre o Comércio de Serviços (TiSA), cobrindo a América do Norte, a União Europeia, Japão, Austrália e muitas outras nações.

Apenas através do Wikileaks temos alguma ideia do que está sendo planejado. Este acordo poderia ser usado para forçar nações a aceitar novos produtos e serviços financeiros, a aprovar a privatização de serviços públicos e a reduzir os padrões de precaução e provisão. Esta parece ser a maior agressão à democracia arquitetada nas últimas duas décadas. O que significa muito.

O Estado, em sua autoflagelação, proclama que não tem mais poder. Ao mesmo tempo, aniquila sua própria capacidade de legislar – doméstica e internacionalmente. Como se a última crise financeira não tivesse ocorrido, e como se não estivesse ciente de sua causa, o ministro das Finanças britânico, George Osborne, em seu mais recente discurso na Prefeitura de Londres, disse à sua plateia de banqueiros que “a principal exigência na nossa renegociação é que a Europa interrompa a regulação onerosa e prejudicial”. O primeiro-ministro David Cameron vangloriou-se de comandar “o primeiro governo na história moderna que, ao fim de sua legislatura, possui menos regulações em prática do que havia no começo”.

Isso, num mundo de crescente complexidade e onde crescem os crimes corporativos, é pura imprudência. Mas não tenha medo, eles dizem: o poder econômico não precisa se sujeitar ao Estado de Direito. Ele consegue se regular por si próprio.

Alguns de nós há tempos suspeitamos que isso seja uma grande tolice. Mas, até agora, a suspeita era tudo que tínhamos. Esta semana foi publicada o primeiro estudo global sobre autorregulação. Tal estudo foi encomendado pela Britain’s Royal Society for the Protection of Birds2, mas se estende a todos os setores, desde agentes de pequenos empréstimos até criadores de cães. E ele mostra que em quase todos os casos – 82% dos 161 projetos avaliados, medidas voluntárias fracassaram.
Por exemplo, quando a União Europeia buscou reduzir o número de pedestres e ciclistas mortos por veículos, a instituição poderia ter simplesmente votado uma lei instruindo os fabricantes de automóveis a mudar o design dos para-choques e capôs, a um custo aproximado de 30 por carro. Ao invés disso, confiou-se num acordo voluntário com a indústria. O resultado foi um nível de proteção 75% menor do que uma lei teria induzido.

Quando o governo do País de Gales introduziu uma cobrança de 5 centavos para sacolas plásticas, o seu uso foi reduzido em 80% de um dia para outro. O governo inglês afirmou que a autorregulação por parte dos varejistas apresentaria o mesmo efeito. O resultado? Uma grande redução de… 6%. Depois de sete anos desperdiçados, o governo sucumbiu à lógica óbvia e introduziu a cobrança.
Projetos voluntários para coibir a publicidade de junk food para crianças na Espanha, para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa no Canadá, para economia de água na California, para salvar albatrozes dos barcos de pesca na Nova Zelândia, para a proteção de pacientes de cirurgias plásticas no Reino Unido, para impedir o marketing agressivo de remédios psiquiátricos na Suécia: apenas fracassos. O que o Estado poderia ter feito com uma simples canetada, com baixo custo e de maneira eficiente é deixado de lado em prol de ações desastradas das indústrias que, mesmo quando sinceras, são minadas por aproveitadores e oportunistas.

Em diversos casos, as empresas imploraram por novas leis que elevassem os padrões na indústria. Por exemplo, aqueles que produzem embalagens plásticas para silagem para fazendeiros tentaram fazer com que o governo do Reino Unido elevasse a taxa de reciclagem. Empresas de jardinagem queriam regulamentações para eliminar gradualmente o uso de turfa. Os governos recusaram. Teria sido o resultado de ideologia cega ou escusos interesses próprios – ou ambos? Os maiores doadores de partidos políticos tendem a ser os piores empresários, usando seu dinheiro para manter as más práticas legais (vide o caso Enron).

Como os partidos que eles financiam se curvam aos seus desejos, todos são forçados a adotar seus baixos padrões. Suspeito que os governos, assim como qualquer um, sabem que a legislação é mais eficiente e eficaz que a autorregulação e que por isso mesmo não a empregue.
Imobilizar o eleitorado, liberar os poderosos: essa é a fórmula perfeita para uma crise multidimensional. E nós estamos colhendo seus frutos.

1N. T.: As reuniões do Clube de Bilderberg acontecem anualmente com o objetivo de fomentar os diálogos entre EUA e Europa. A conferência conta com a presença de líderes políticos, acadêmicos, empresários discutindo informalmente tendências globais. A lista dos participantes é divulgada, mas ninguém tem acesso ao conteúdo da conferência. Ver mais em: http://ow.ly/V5rzK.

2 N. T.: Sociedade Real Britânica de Proteção dos Pássaros


domingo, 20 de setembro de 2015

Is there another human living inside you?

You may think your body and mind are your own. In fact, you are a fusion of many organisms - including, potentially, another person. Words by David Robson, photography by Ariko Inaoka.

By David Robson 18 September 2015

 
Once upon a time, your origins were easy to understand. Your dad met your mum, they had some fun, and from a tiny fertilised egg you emerged kicking and screaming into the world. You are half your mum, half your dad – and 100% yourself.

Except, that simple tale has now become a lot more complicated. Besides your genes from parents, you are a mosaic of viruses, bacteria – and potentially, other humans. Indeed, if you are a twin, you are particularly likely to be carrying bits of your sibling within your body and brain. Stranger still, they may be influencing how you act.

"A very large number of different human and non-human individuals are struggling inside us for control  "

“Humans are not unitary individuals but superorganisms,” says Peter Kramer at the University of Padua. “A very large number of different human and non-human individuals are all incessantly struggling inside us for control.” Together with Paola Bressan, he recently wrote a paper in the journal Perspectives in Psychological Science, calling for psychologists and psychiatrists to appreciate the ways this may influence our behaviour.




That may sound alarming, but it has long been known that our bodies are really a mishmash of many different organisms. Microbes in your gut can produce neurotransmitters that alter your mood; some scientists have even proposed that the microbes may sway your appetite, so that you crave their favourite food. An infection of a parasite called Toxoplasma gondii, meanwhile, might just lead you to your death. In nature, the microbe warps rats’ brains so that they are attracted to cats, which will then offer a cosy home for it to reproduce. But humans can be infected and subjected to the same kind of mind control too: the microbe seems to make someone risky, and increases the chance they will suffer from schizophrenia or suicidal depression. Currently, around a third of British meat carries this parasite, for instance – despite the fact an infection could contribute to these mental illnesses. “We should stop this,” says Kramer.

Infiltrating siblings
In this light, it becomes clear that our actions are not entirely our own. It’s enough to make you question your sense of identity, but the idea of infiltration becomes even more eerie when you realise that your brain has not just been invaded by tiny microbes – but also by other human beings.

"Even non-conjoined twins could be sharing organs without realising it"
The most visible example might be a case of conjoined twins sharing a brain, says Kramer, but even regular twins could have shared organs without realising it. During early development, cells can be passed between twins or triplets. Once considered a rare occurrence, we now know it is surprisingly common. Around 8% of non-identical twins and 21% of triplets, for example, have not one, but two blood groups: one produced by their own cells, and one produced by “alien” cells absorbed from their twin. They are, in other words, a chimera – a fusion of two bodies – and it may occur in many organs, including the brain.




Brothers from another mother
Women accidentally carrying a "twin's" child
Lydia Fairchild’s paternity test was meant to be straightforward, proving to the courts that her two sons’ father was the person she said he was. When the test came back, however, Fairchild herself came up as a blank: there was no trace of her DNA in her own children.
The courts threatened to convict her of illegal surrogacy – they assumed it was a scam to gain benefits. Luckily, at around the same time, a scientific paper reported a similar case in which a woman was apparently not the biological mother of two of her three children. The reason was that she was a chimera: a case in which two twins had merged into one body early in development. Being the product of two different cell lines, some of her eggs carried a genome that was different from the rest of the body.


Needless to say, the discovery has caused Fairchild to question her own identity. “Telling my sons about this was the hardest part because I felt that part of me hadn't passed on to them,” she told the website Jezebel. “I thought, ‘Oh, I wonder if they'll really feel that I'm not quite their real mother somehow because the genes that I should've given to them, I didn't give to them.’”
A chimera brain could have serious consequences. For instance, we know that the arrangement of different brain regions can be crucial for its function – but the presence of foreign tissue, being directed by different genes carrying a different blueprint, may throw that intricate design into disarray. This may explain, for instance, why twins are less likely to be right-handed – a simple trait that normally relies on the relative organisation of the right and the left hemispheres. Perhaps chimerism has upset the balance.

Even if you do not think you ever had a twin, there are many other ways you might be invaded by another human’s cells. It’s possible, for instance, that you started off as two foetuses in the womb, but the twins merged during early development. Since it occurs at such an early age of development, the cells can become incorporated into the tissue and seem to develop normally, yet they are carrying another person’s genetic blueprint. “You look like one person, but you have the cells of another person in you – effectively, you have always been two people,” says Kramer. In one extreme case, a woman was surprised to be told that she was not the biological mother of her two children (See “Brother from another mother”, left). Alternatively, cells from an older sibling might stay around the mother’s body, only to find their way into your body after you are conceived.

However it happens, it’s perfectly plausible that tissue from another human could cause the brain to develop in unexpected ways, says Lee Nelson from the University of Washington. She’s currently examining whether cells from the mother herself may be implanted in the baby brain. “A difference in the amount, cell type, or the time during development at which the cells were acquired could all result in abnormalities,” she says.

Nelson has found that even as an adult, you are not immune from human invaders. A couple of years ago, Nelson and William Chan at the University of Alberta in Edmonton took slices of women’s brain tissue and screened their genome for signs of the Y-chromosome. Around 63% were harbouring male cells. “Not only did we find male DNA in female human brains as a general observation, we found it to be present in multiple brain regions,” says Chan. In other words, their brains were speckled with cells from a man’s body. One logical conclusion is that it came from a baby: somehow, her own son’s stem cells had made it through the placenta and lodged in her brain. Strangely, this seemed to decrease the chances that the mother would subsequently develop Alzheimer’s – though exactly why remains a mystery. Some researchers are even beginning to wonder whether these cells might influence a mother’s mindset during pregnancy.



Our knowledge of the human “superorganism” is still in its infancy, so many of the consequences are purely theoretical at the moment. Kramer and Bressan's aim with their paper was not to give definitive answers, but to enlighten other psychologists and psychiatrists about the many entities that make us who we are today. “We cannot understand human behaviour by considering only one or the other individual,” Kramer says. “Ultimately, we must understand them all to understand how ‘we’ behave.”

For instance, scientists often compare sets of twins to understand the origins of behaviour, but the fact that even non-identical twins may have swapped bits of brain tissue might have muddied those results. We should be particularly careful when using these twin studies to compare conditions such as schizophrenia that may arise from faulty brain organisation, Bressan and Kramer say.

In general, however, we shouldn’t feel hostile towards these invaders – after all, they made you who you are today. “I think it is now clear that our natural immigrants are with us for the long-term, for better or for worse,” says Nelson. “And I would think “for better” outweighs ‘for worse’.”

David Robson is BBC Future’s feature writer. More of Ariko Inaoka's photography, including her portraits of the Icelandic twins Erna and Hrefna, can be found here.

Manipulación mediatica

Doctrina del Shock Noam Chomsky y Las 10 estrategias básicas de manipulación mediática
 


Noam Chomsky es filósofo, escritor, controvertido activista y uno de los lingüistas más brillantes y reconocidos de la humanidad. Su trabajo es estudiado en las universidades de todo el mundo, desde facultades de psicología hasta titulaciones lingüísticas, pasando por muchas otras disciplinas. En este post os explicaremos brevemente lo que él consideraba como las estrategias más comunes en la manipulación mediática.

1. La estrategia de la distracción

El elemento primordial del control social es la estrategia de la distracción que consiste en desviar la atención del público de los problemas importantes y de los cambios decididos por las élites políticas y económicas, mediante la técnica del diluvio o inundación de continuas distracciones y de informaciones insignificantes. La estrategia de la distracción es igualmente indispensable para impedir al público interesarse por los conocimientos esenciales, en el área de la ciencia, la economía, la psicología, la neurobiología y la cibernética.

“Mantener la Atención del público distraída, lejos de los verdaderos problemas sociales, cautivada por temas sin importancia real. Mantener al público ocupado, ocupado, ocupado, sin ningún tiempo para pensar; de vuelta a granja como los otros animales.”

2. Crear problemas y después ofrecer soluciones

Este método también es llamado “problema-reacción-solución”. Se crea un problema, una “situación” prevista para causar cierta reacción en el público, a fin de que éste sea el mandante de las medidas que se desea hacer aceptar. Por ejemplo: dejar que se desenvuelva o se intensifique la violencia urbana, u organizar atentados sangrientos, a fin de que el público sea el demandante de leyes de seguridad y políticas en perjuicio de la libertad. O también: crear una crisis económica para hacer aceptar como un mal necesario el retroceso de los derechos sociales y el desmantelamiento de los servicios públicos.

3. La estrategia de la gradualidad

Para hacer que se acepte una medida inaceptable, basta aplicarla gradualmente, a cuentagotas, por años consecutivos. Es de esa manera que condiciones socioeconómicas radicalmente nuevas (neoliberalismo) fueron impuestas durante las décadas de 1980 y 1990: Estado mínimo, privatizaciones, precariedad, flexibilidad, desempleo en masa, salarios que ya no aseguran ingresos decentes, tantos cambios que hubieran provocado una revolución si hubiesen sido aplicadas de una sola vez.

4. La estrategia de diferir

Otra manera de hacer aceptar una decisión impopular es la de presentarla como “dolorosa y necesaria”, obteniendo la aceptación pública, en el momento, para una aplicación futura. Es más fácil aceptar un sacrificio futuro que un sacrificio inmediato. Primero, porque el esfuerzo no es empleado inmediatamente. Luego, porque el público, la masa, tiene siempre la tendencia a esperar ingenuamente que “todo irá mejorar mañana” y que el sacrificio exigido podrá ser evitado. Esto da más tiempo al público para acostumbrarse a la idea del cambio y de aceptarla con resignación cuando llegue el momento.

5. Dirigirse al público como criaturas de poca edad

La mayoría de la publicidad dirigida al gran público utiliza discurso, argumentos, personajes y entonación particularmente infantiles, muchas veces próximos a la debilidad, como si el espectador fuese una criatura de poca edad o un deficiente mental. Cuanto más se intente buscar engañar al espectador, más se tiende a adoptar un tono infantilizante. ¿Por qué?

“Si uno se dirige a una persona como si ella tuviese la edad de 12 años o menos, entonces, en razón de la sugestionabilidad, ella tenderá, con cierta probabilidad, a una respuesta o reacción también desprovista de un sentido crítico como la de una persona de 12 años o menos de edad”

6. Utilizar el aspecto emocional mucho más que la reflexión

Hacer uso del aspecto emocional es una técnica clásica para causar un corto circuito en el análisis racional, y finalmente al sentido critico de los individuos. Por otra parte, la utilización del registro emocional permite abrir la puerta de acceso al inconsciente para implantar o injertar ideas, deseos, miedos y temores, compulsiones, o inducir comportamientos…

7. Mantener al público en la ignorancia y la mediocridad

Hacer que el público sea incapaz de comprender las tecnologías y los métodos utilizados para su control y su esclavitud. “La calidad de la educación dada a las clases sociales inferiores debe ser la más pobre y mediocre posible, de forma que la distancia de la ignorancia que planea entre las clases inferiores y las clases sociales superiores sea y permanezca imposibles de alcanzar para las clases inferiores”.

8. Estimular al público a ser complaciente con la mediocridad

Promover al público a creer que es moda el hecho de ser estúpido, vulgar e inculto…

9. Reforzar la autoculpabilidad

Hacer creer al individuo que es solamente él el culpable por su propia desgracia, por causa de la insuficiencia de su inteligencia, de sus capacidades, o de sus esfuerzos. Así, en lugar de rebelarse contra el sistema económico, el individuo se autodesvalida y se culpa, lo que genera un estado depresivo, uno de cuyos efectos es la inhibición de su acción. Y, sin acción, ¡no hay revolución!

10. Conocer a los individuos mejor de lo que ellos mismos se conocen

En el transcurso de los últimos 50 años, los avances acelerados de la ciencia han generado una creciente brecha entre los conocimientos del público y aquellos poseídas y utilizados por las elites dominantes. Gracias a la biología, la neurobiología y la psicología aplicada, el “sistema” ha disfrutado de un conocimiento avanzado del ser humano, tanto de forma física como psicológicamente. El sistema ha conseguido conocer mejor al individuo común de lo que él se conoce a sí mismo. Esto significa que, en la mayoría de los casos, el sistema ejerce un control mayor y un gran poder sobre los individuos, mayor que el de los individuos sobre sí mismos. Los nuevos filtros de contenido en internet así como empresas que recogen y catalogan la información de los usuarios de los buscadores y redes sociales.

DIVISIÓN CONSTANTE DEL PUEBLO

A estas diez estratégias, sin embargo, le encontramos una carencia grave: “la estrategia de división constante del pueblo” y algunas carencias menores. Ya en la antigua Roma lo sabía y le dieron forma verbal con el famoso divide et impera.

Sin embargo, en manipulación mediática el gran formador de formadores y gran maestro de fue Goebbels, el ministro de propaganda de la Alemania nacionalsocialista, figura clave en el régimen y amigo íntimo de Adolf Hitler:

https://www.youtube.com/watch?t=20&v=WT-3wKtoSQU

1.Prin­ci­pio de sim­pli­fi­ca­ción y del enemigo único. Adop­tar una única idea, un único Sím­bolo; Indi­vi­dua­li­zar al adver­sa­rio en un único enemigo.

2.Prin­ci­pio del método de con­ta­gio. Reunir diver­sos adver­sa­rios en una sola cate­go­ría o indi­vi­duo; Los adver­sa­rios han de cons­ti­tuirse en suma individualizada.

3.Prin­ci­pio de la trans­po­si­ción. Car­gar sobre el adver­sa­rio los pro­pios erro­res o defec­tos, res­pon­diendo el ata­que con el ata­que. “Si no pue­des negar las malas noti­cias, inventa otras que las distraigan”.

4.Prin­ci­pio de la exa­ge­ra­ción y des­fi­gu­ra­ción. Con­ver­tir cual­quier anéc­dota, por pequeña que sea, en ame­naza grave.

5.Prin­ci­pio de la vul­ga­ri­za­ción. “Toda pro­pa­ganda debe ser popu­lar, adap­tando su nivel al menos inte­li­gente de los indi­vi­duos a los que va diri­gida. Cuanto más grande sea la masa a con­ven­cer, más pequeño ha de ser el esfuerzo men­tal a rea­li­zar. La capa­ci­dad recep­tiva de las masas es limi­tada y su com­pren­sión escasa; ade­más, tie­nen gran faci­li­dad para olvidar”.

6.Prin­ci­pio de orques­ta­ción. “La pro­pa­ganda debe limi­tarse a un número pequeño de ideas y repe­tir­las incan­sa­ble­mente, pre­sen­ta­das una y otra vez desde dife­ren­tes pers­pec­ti­vas pero siem­pre con­ver­giendo sobre el mismo con­cepto. Sin fisu­ras ni dudas”. De aquí viene tam­bién la famosa frase: “Si una men­tira se repite sufi­cien­te­mente, acaba por con­ver­tirse en verdad”.

7.Prin­ci­pio de reno­va­ción. Hay que emi­tir cons­tan­te­mente infor­ma­cio­nes y argu­men­tos nue­vos a un ritmo tal que cuando el adver­sa­rio res­ponda el público esté ya intere­sado en otra cosa. Las res­pues­tas del adver­sa­rio nunca han de poder con­tra­rres­tar el nivel cre­ciente de acusaciones.

8.Prin­ci­pio de la vero­si­mi­li­tud. Cons­truir argu­men­tos a par­tir de fuen­tes diver­sas, a tra­vés de los lla­ma­dos glo­bos son­das o de infor­ma­cio­nes fragmentarias.

9.Prin­ci­pio de la silen­cia­ción. Aca­llar sobre las cues­tio­nes sobre las que no se tie­nen argu­men­tos y disi­mu­lar las noti­cias que favo­re­cen el adver­sa­rio, tam­bién con­tra­pro­gra­mando con la ayuda de medios de comu­ni­ca­ción afines.

10.Prin­ci­pio de la trans­fu­sión. Por regla gene­ral la pro­pa­ganda opera siem­pre a par­tir de un sus­trato pre­exis­tente, ya sea una mito­lo­gía nacio­nal o un com­plejo de odios y pre­jui­cios tra­di­cio­na­les; se trata de difun­dir argu­men­tos que pue­dan arrai­gar en acti­tu­des primitivas.

11.Prin­ci­pio de la una­ni­mi­dad. Lle­gar a con­ven­cer a mucha gente que se piensa “como todo el mundo”, creando impre­sión de unanimidad.








La doctrina del Shock

The Shock Doctrine pone al descubierto el lado más oscuro de la ideología de Milton Friedman, tan impopular que sólo pudo imponerse mediante la tortura y la represión.

https://vimeo.com/18758226

https://www.facebook.com/ProyectoSegundaRepublica?fref=ts

DIVIDA BRASILEIRA : PAGADORES SERIAIS DE DIVIDA ILEGAL

Escalada para uma divida fraudulenta e impagável!!
Rumo ao mesmo caminho que trilhou a Argentina cuja divida nunca poderá ser paga senão houver uma auditoria. Reféns da banca financeira.

 

Maria Lucia Fatorelli: Banqueiros capturaram o Estado brasileiro

publicado em 11 de agosto de 2013 às 17:13

 

Maria Lucia Fatorelli: Banqueiros capturaram o Estado brasileiro



publicado em 11 de agosto de 2013 às 17:13
Portal Vi o Mundo (Luiz Carlos Azenha)



por Luiz Carlos Azenha

O documento acima é oficialíssimo. Está nas páginas do Senado brasileiro. Leia a linha de número dois, sob Pago:
R$ 134 bilhões, 53 milhões, 618 mil e 451 reais.
É quanto você pagou em juros da dívida brasileira em 2012, segundo o governo (mas há controvérsias, sobre as quais você vai saber abaixo).
Agora leia a linha de número seis, sob Pago:
R$ 618 bilhões, 888 milhões, 549 mil e 837 reais.
É quanto você pagou em amortização/refinanciamento da dívida em 2012.
Uma enormidade, não?
Pois Maria Lúcia Fatorelli acredita que, se houvesse uma auditoria, o valor devido poderia ter uma redução de até 70%.
Por que? A ex-auditora da Receita Federal está certa de que existem ilegalidades e irregularidades nas cobranças da dívida brasileira.
Para benefício dos banqueiros e prejuízo dos contribuintes.
Escrevo “contribuintes” porque a dívida é paga com dinheiro de nossos impostos. Tudo o que o Tesouro brasileiro faz é pendurar a conta em nosso nome: “procura o gerente” e entrega uma montanha de papéis assumindo que “devo, não nego, pago quando puder”. Com juros, muitos juros, razão de viver dos bancos.
Aqui, uma pausa importante: a mídia corporativa não tenta explicar tudo o que você vai ler e ouvir abaixo aos leitores, ouvintes e telespectadores. Por que? Porque os bancos são grandes patrocinadores. Por outro lado, mesmo os governos não gostam de falar do assunto. Quanto mais transparência, menor margem de manobra para os acertos de bastidores. Por isso, em geral os governos fazem de conta que o assunto é muito árduo, muito difícil de entender e que você não precisa se preocupar com isso. Ou seja, deve pagar a ficar quieto.
Mas, voltemos ao que interessa…
O poder dos banqueiros sempre foi imenso. Eles definem as regras nas duas pontas: desde as condições de emissão dos papéis em que prometemos pagar até as regras da cobrança.
Faturam com as comissões sobre as transações e com os juros. Juros altos interessam aos banqueiros. Quanto maiores, mais eles recebem emprestando ao governo.
E os cidadãos? Pagam a conta através dos impostos e ficam sem os serviços públicos que o dinheiro dado aos banqueiros poderia financiar. Sem o Metrô, os hospitais e as creches que o dinheiro gasto em juros poderia financiar.
Sob o peso da dívida — grosseiramente, R$ 3 trilhões em dívida interna e U$ 400 bilhões em dívida externa — o governo privatiza. Aliás, “concede”. Entrega parte da soberania.
Entrega à iniciativa privada — cujo objetivo principal, como o dos banqueiros, é o lucro — algo que poderia fazer, possivelmente mais barato, com recursos públicos, se o dinheiro não fosse usado para pagar ou rolar a dívida e os juros.
Concede portos e aeroportos. Facilita o acesso a recursos naturais. Em outras palavras, entrega o ouro.
Maria Lucia Fatorelli é coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, uma entidade que batalha para que o Brasil faça o mesmo que o Equador fez, em 2007 e 2008. Aliás, uma experiência sobre a qual Maria Lucia pode falar de cátedra. Ela foi convidada pelo presidente equatoriano Rafael Correa a fazer parte da CAIC, a Comissão de Auditoria Integral da Dívida Pública.
Resultado final? Boa parte da dívida equatoriana era ilegal. Não havia provas, por exemplo, de que o governo tinha de fato recebido os empréstimos pelos quais estava pagando. Ao fim e ao cabo, o presidente Correia reconheceu apenas 30% da dívida. Curiosamente, 95% dos bancos credores do Equador aceitaram fazer acordo com o governo e renunciaram a qualquer ação nos tribunais internacionais.
O Brasil tem hoje uma dívida externa de cerca de U$ 440 bilhões. Uma fatia razoável é de empresas privadas, que tomam dinheiro no Exterior. Mas Maria Lucia está certa de que a fatia pública desta dívida externa, em caso de auditoria, teria um cancelamento tão grande quanto a do Equador, dado que condições similares foram aplicadas ao mesmo tempo nos dois paises por banqueiros internacionais e que, em 1992, parte da dívida dos dois países prescreveu.
Prescreveu? Prescreveu e continuamos pagando?
Para entender melhor, ouça o trecho da entrevista em que Maria Lucia fala a respeito de seu trabalho no Equador:
Durante a gravação Maria Lucia fez duas promessas.
Primeiro, nomear os bancos norte-americanos que, através do Banco Central dos Estados Unidos, o Fed, controlam a taxa de juros que nos é cobrada na dívida externa, a Prime: Citibank, Chase Manhattan, Goldman Sachs, JP Morgan e Bank of America, entre outros. Já a Associação dos Banqueiros de Londres tem peso decisivo na definição da Libor, outra taxa importante no mercado.
A auditora também prometeu o gráfico abaixo:

A coluna azul é dos gastos sociais no Equador. A coluna vermelha é a do serviço da dívida pública. Notem como ela foi invertida nos últimos anos. É óbvio, mas não custa reafirmar: menos dinheiro pagando juros é mais dinheiro disponível para gastos sociais e investimento em infraestrutura.
Maria Lucia acha factível o Brasil fazer o mesmo que o Equador: “Se o Brasil toma uma iniciativa dessas, ele encoraja outros paises a enfrentar o esquema”. O “esquema” a que ela se refere é o sistema pelo qual os banqueiros passaram a capturar fundos públicos para turbinar seu poder no mundo.
No trecho seguinte da entrevista, ela explica que a origem da dívida interna brasileira, de quase R$ 3 trilhões, se deu no Plano Real, quando para combater a inflação o governo de FHC disparou a taxa de juros para atrair dinheiro de fora.
Desde então, acusa Maria Lucia, o Tesouro brasileiro comete ilegalidade ao emitir dívida para pagar juros, o que segundo ela é inconstitucional:
Maria Lucia Fatorelli também teve participação importante na Comissão Parlamentar de Inquérito da dívida, realizada no Congresso (veja todos os detalhes aqui), que gerou denúncias enviadas ao Ministério Público Federal.
Na CPI, algumas informações importantes foram levantadas.
Por exemplo: quem são os detentores dos títulos da dívida?
“Pessoa física mesmo quase não aparece no gráfico”, diz ela.
Mais da metade da dívida está nas mãos dos banqueiros.
Ou seja, numa ponta eles incentivam o governo a gerar dívida e faturam comissões vendendo a dívida; noutra, faturam com os juros da dívida. Que bom negócio!!!

Outro detalhe impressionante diz respeito ao arranjo que existe para a venda dos títulos brasileiros.
“O Tesouro, quando emite os títulos, somente um grupo privilegiado de doze instituições financeiras pode comprar esses títulos. Se eu, você, qualquer brasileiro quiser nós vamos ter de comprar através de uma corretora, de um intermediário”, conta Maria Lucia.
São os chamados “dealers”.
“Olha como o jogo funciona. O Tesouro emite. Se os juros não estão no patamar que eles querem, eles não compram. Por isso é que são os ‘dealers’, eles é que mandam. Antes, eles já se reúnem e já repartem, de tal forma que apenas um, no máximo dois vão participar de cada leilão, para não ter concorrência! Tudo muito bem repartido. É um esquema que a gente, quando descobre essas coisas… não é possível que a finança do País tá desse jeito!”

A lista acima é a dos “dealers” a que se referiu Maria Lucia.
E como é definida a taxa Selic, a principal taxa de juros do Brasil? Antes da trigésima sexta reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, houve uma consulta a “analistas independentes”.
Você que está nos lendo e paga a conta, foi consultado?
Ah, lógico que não.
Veja quem o BC ouviu, segundo Maria Lucia:

Caraca!, exclamaria você. Os banqueiros estão em todas as pontas do negócio.
Participam da emissão da dívida, influem nas taxas de juros e recebem a taxa de juros sobre a qual influem!!!
Estes são os motivos pelos quais Maria Lucia Fatorelli acredita num grande abatimento da dívida brasileira em caso de auditoria: ilegalidades, conflito de interesses e tráfico de influência, como registrado acima.
Ela faz um resumo neste trecho da entrevista:
Maria Lucia Fatorelli suspeita que o governo federal esteja fazendo manobras contábeis ao lidar com a dívida e, no curso delas, viola o artigo 167 da Constituição, que não permite emissão de dívida para pagamento de juros.
A suspeita nasceu assim: na tabela que aparece logo abaixo, está dito na linha 2 que o Brasil pagou R$ 134 bilhões em juros da dívida em 2012. A taxa média de juros no ano passado, de acordo com o próprio Banco Central, foi de 11,72%.
Mas, aplicando a taxa ao estoque total da dívida interna e externa — cerca de R$ 3,4 trilhões no início de 2012 — o número deveria ser muito maior!
Nos cálculos de Maria Lucia, o total de juros pagos em 2012 deveria ter sido de R$ 398 bilhões.
E onde foi parar a diferença? O gato comeu R$ 264 bilhões em juros?
Na opinião da auditora, é a prova de que o governo emite títulos para pagar juros.
Com isso, parte substancial do pagamento de juros acaba na coluna “refinanciamento”.
Salta da linha 2 para a linha 6:

Maria Lucia Fatorelli insiste que isso contraria a Constituição.
“Fraude!”, insiste. No trecho da entrevista ela se refere à tabela acima:
Ao fim e ao cabo, segundo Maria Lucia, é o peso da dívida que acaba enfraquecendo o endividado Estado brasileiro.
Seria o motivo para as concessões de estradas, rodovias, portos e ferrovias anunciadas pelo governo Dilma.
Para fazer parecer que o problema não é tão grave quanto é, os cálculos do governo sobre a relação entre a dívida e o PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil, considera a chamada “dívida liquida”, ou seja, o governo desconta as reservas detidas pelo Brasil em dólares, de cerca de U$ 400 bilhões, da equação.
Da mesma forma, quando o governo calcula o pagamento de juros como parte do Orçamento, não inclui os juros que, segundo Maria Lucia Fatorelli, estão “embutidos” no refinanciamento da dívida.
Seriam truques para fazer parecer que o problema não é tão grave quanto é. Acabam mascarando o domínio dos banqueiros sobre o “sistema”.
É por isso que os dois gráficos abaixo, divulgados pela Auditoria da Dívida Cidadã na internet, causam tanta controvérsia. Os governistas acham que só deveriam ser considerados os R$ 134 bilhões oficialmente declarados como juros pagos em 2012, não R$ 753 bilhões que são a soma de juros + amortizações.


Ao concluir nossa entrevista, Maria Lucia Fatorelli diz que o crescente grau de endividamento reduz a margem de manobra do governo e o empurra para as privatizações, agora “de estruturas de estado”, não apenas de empresas lucrativas, como aconteceu no período da privataria tucana. Outro ponto controverso,  já que petistas insistem que concessões não equivalem à venda de patrimônio.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Câmara realiza Audiência sobre a Dívida Pública e decide criar sub-comissão permanente sobre o tema

Dia 20/8/2015, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados realizou Audiência para discutir o endividamento público brasileiro. A Audiência, proposta pelo Deputado Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), teve seu Requerimento subscrito também pela deputada Simone Morgado (PMDB/PA) e André Figueiredo (PDT/CE).
O Coordenador-Geral de Operações da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, José Franco Medeiros de Morais, procurou mostrar que a dívida pública é totalmente transparente e não beneficia principalmente os bancos, mas seria detida principalmente pelos fundos de pensão e fundos de investimento.
Já o representante da FEBRAFITE, João Pedro Casarotto, mostrou que a União gasta cerca da metade do orçamento com a dívida pública, e atualmente explora os estados com a cobrança de juros altíssimos, muito maiores que os cobrados, por exemplo, pelo BNDES de empresas privadas.
A representante da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, mostrou o enorme sacrifício feito para cumprir o ajuste fiscal, por meio do corte de gastos sociais, perdas salariais dos servidores públicos, privatizações e aumento de tributos. Enquanto isso, o governo lança títulos da dívida de centenas de bilhões de reais para alimentar mecanismos financeiros que favorecem os bancos privados. Denunciou que só as operações de “swap” cambial deram prejuízo líquido de R$ 57 bilhões nos primeiros 7 meses de 2015 e tudo isso virou dívida pública. O outro mecanismo corresponde às operações “compromissadas”, mediante as quais o Banco Central troca títulos da dívida pelo excesso de moeda dos bancos. Mais de R$ 1,1 trilhão da dívida pública estão sendo utilizados nessas operações, que garantem enormes ganhos aos bancos e fazem explodir a dívida. Encerrou a sua fala propondo a auditoria da dívida, prevista na Constituição (e jamais realizada), e a formação da Frente Parlamentar Mista pela Auditoria da Dívida com participação popular.
A representante do Nucleo São Paulo da Auditoria Cidadã da Dívida, Carmen Bressane, mostrou a origem fraudulenta e ilegal da dívida do município do São Paulo, refinanciada pela União em 2000 – sem o questionamento de tais ilegalidades – e que se multiplicou devido ao mecanismo de juros sobre juros. Apesar do município ter pago à União R$ 25,9 bilhões de 2000 a 2015, neste período a dívida explodiu, passando de R$ 11,2 bilhões para R$ 62,89 bilhões. A recente Lei Complementar que reduziu as taxas de juros das dívidas de estados e municípios com a União não resolve o problema dessa dívida ilegal, que deveria ser auditada.
Por fim, o advogado Ramon Prestes Bentivenha (da Articulação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade – ABRACCI) destacou ilegalidades do endividamento, tais como a não apresentação de documentos solicitados pela CPI da Dívida Pública, ocorrida em 2009/2010 por requerimento do Deputado Ivan Valente (PSOL/SP). Conforme Bentivenha, o pagamento da dívida pública não pode comprometer o atendimento aos direitos humanos.
Diante da relevância das informações colocadas, a Presidente da Comissão de Finanças e Tributação, Soraya Santos (PMDB/RJ) propôs a criação de Sub-comissão destinada a analisar a dívida pública, o que representa um grande avanço na luta pela auditoria da dívida pública brasileira.

 http://www.auditoriacidada.org.br/comissao-de-financas-e-tributacao-da-camara-realiza-audiencia-sobre-a-divida-publica-e-decide-criar-sub-comissao-permanente-sobre-o-tema/

"La intuición es el pensamiento lógico inconsciente"

El neurólogo Joaquín Fuster, autor del libro 'Cerebro y Libertad', reconoce que uno de los retos son las enfermedades neurodegenerativas 

 

  El neurocientífico Joaquín Fuster, autor del libro 'Cerebro y Libertad' (Editorial Ariel), da algunas claves en el desarrollo de las facultades emocionales y cognitivas en el paso de la niñez a la adolescenci.

 

Vida | 20/06/2014 - 00:03h | Última actualización: 20/06/2014 - 10:40h
¿Cómo tener un cerebro saludable?


 ¿Existe el libre albedrío? ¿De qué manera el cerebro condiciona nuestra libertad? Grandes interrogantes existenciales que la ciencia también trata de encontrar respuestas. Así lo hace el reconocido neurocientífico Joaquín Fuster (Barcelona, 1930) en su libro ‘Cerebro y libertad’ (Editorial Ariel), que desgrana los cimientos cerebrales de nuestra capacidad para elegir. Fuster, afincado en Estados Unidos y todo un referente en el estudio de la corteza prefrontal del cerebro,  es profesor de Neurociencia Cognitiva en el Instituto de Investigaciones Cerebrales y en el Instituto Semel de Neurociencia y Conducta Humana de la Universidad de California en Los Ángeles (UCLA). El neorucientífico, doctor en filosofía y medicina y hermano del cardiólogo Valentín Fuster, es uno de los pioneros en la neurociencia cognitiva al descubrir y describir las “células de la memoria” en el cerebro de los animales.


-¿Qué empuja a un neurocientífico a escribir sobre asunto como el de la libertad humana?-Se necesita ser valiente (sonríe). Es un tema muy elevado. Además del cerebro me ha interesado siempre mucho las cuestiones sociales, la economía y la libertad. También he trabajado con una parte del cerebro que tiene mucho que ver con la libertad, con el lenguaje y con la creatividad, que es la corteza del lóbulo frontal. Se han juntado varias cuestiones.
- Usted comenta que el fundamento máximo de la libertad humana consta de dos funciones cognitivas que distinguen claramente a los seres humanos: el lenguaje y la capacidad de predecir el futuro. ¿A qué se deben estas cualidades?- Estas son las dos cualidades características del humano y que yo sepa no tiene ningún bicho (sonríe). Esto se debe justamente al desarrollo extraordinario, a la explosión de la corteza prefrontal, que es el órgano de la libertad y de la creatividad, y es lo que nos abre al futuro.
- ¿Realmente existe el libre albedrío?- Sí, pero con límites, como todas las funciones nerviosas.
-¿Qué límites?- Los límites ya provienen del hecho de que el cerebro es una estructura física. El cuerpo humano tiene límites, pero dentro de éstos hay libertad de acción.
-¿Qué tipo de libertad de acción?- En sentido estricto, la libertad es la capacidad del ser humano de elegir entre opciones de acción, incluyendo la no acción, el no hacer nada.
-¿Qué condiciona esa capacidad de elegir?- Los determinantes de la decisión son muchísimos. Empezando por los núcleos basales del cerebro, que sirven para integrar los instintos primarios, las emociones y las directrices biológicas de nuestro organismo. No lo está por encima de ellos sus estructuras como el tálamo y la corteza, que permiten hacer esas asociaciones nuevas. Lo que ocurre es que gracias al desarrollo de la corteza prefrontal mientras crecemos el ser humano se abre al futuro debido a la capacidad de formar nuevas conexiones, de planificar la acción en el tiempo.
- ¿De qué manera?- Ayuda naturalmente mucho el lenguaje porque permite hacer estructuras nuevas de comunicación entre los seres humanos.
-¿Cuántos más idiomas mejor? ¿Qué beneficios tiene el bilingüismo?- Es positivo porque por el poder de la asociación lo que falla en una lengua puede recobrase con la otra. Si bien es verdad que las lenguas primarias, la lengua materna, adquieren primacía.
- La sensación de libertad también es subjetiva, ¿no?-La diferencia en la capacidad de elegir es enorme y cambia de tiempo en tiempo. En la sociedad, hay individuos más libres que otros. No hay que estar en la cárcel para sentirte limitado.
- ¿De qué depende?- De muchas cuestiones, como la capacidad intelectual, la habilidad de establecer relaciones humanas, y es muy importante la capacidad de desarrollar las emociones, la empatía y la simpatía.
-¿Qué importancia tiene las emociones o la intuición en la toma de decisiones?- Son muy relevantes. En realidad, la intuición es el pensamiento lógico inconsciente. Tiene un gran papel en las decisiones, a veces de modo brusco, inesperado y totalmente inconsciente.
-Por ejemplo…- La corazonada es el ejemplo clásico. Si se analizan los precedentes de la corazonada se encuentran a veces impulsos inconscientes perfectamente lógicos dentro del ambiente vital, de la razón vital que decía Ortega y Gasset.
-Usted también dedica un capítulo del libro a la inteligencia creativa. ¿De dónde surgen las ideas en nuestro cerebro?- La creación surge de la totalidad, de la corteza y promovida por las fuerzas del inconsciente, en buena parte de la emoción y la intuición.
- De nuevo el inconsciente…-La creatividad proviene de lo que José Antonio Marina llamaba la furia creadora. Estos son los acicates para el desarrollo de estructuras nuevas de conducta y planificación. Algo que no puede hacer el individuo con lesiones de la corteza frontal.
-¿Desde cuándo se sabe esto?- Ya llamaba la atención a los médicos en el frente desde la Primera Guerra. Estudiaban a estos individuos con lesiones prefrontales y todos tenían la misma característica: la incapacidad de planear nada, ni siquiera en el futuro más inmediato.
-Usted que lleva toda una vida estudiando el cerebro, ¿queda mucho todavía por descubrir?- Muchísimo y hay que ser extraordinariamente humilde.
- A partir de las investigaciones realizadas también señala que las neuronas están interconectadas, ¿realmente lo están todas?- Todas, en la corteza prefontal y fuera de ella. Del número de conexiones entre células surge la creación, la imaginación, la libertad y la idiosincrasia de cada ser humano. Tenemos de 10.000 a 20.000 millones de neuronas en la corteza y la capacidad de interconexión entre ellas es prácticamente infinita. Y el código cognitivo es un código de conexiones, de relaciones entre células y entre asambleas neuronales.
- Muchas de estas neuronas mueren, pero el recuerdo permanece, ¿por qué?- Unas van tomando el trabajo de las otras. Y así es. Cuando hay una lesión seria de la corteza prefrontal o posterior las demás cortezas se ponen a trabajar y a sustituir en lo posible las asociaciones que se perdieron con la pérdida de aquella parte. Es decir, hay mucha capacidad de relevo, sustitución y readaptación, lo que llamamos plasticidad en el cerebro.
-¿Qué le parecen aquellas investigaciones que señalan que en el área derecha del cerebro está la parte más creativa y la izquierda la más lógica?- Hay algo de ello, pero es muy pasado por agua. Son diferenciaciones que la clínica ha sugerido. En realidad, poco sabemos de la diferenciación radical en ninguna de estas cuestiones. Si bien es verdad que el hemisferio izquierdo parece estar más especializado en el lenguaje y el derecho en las funciones espaciales, estéticas, etc…Pero es una división muy ligera.
- Hace unos días participó en la presentación del plan de apoyo de a la neurociencia en la Real Academia de Medicina. ¿Cuáles son los retos de la neurociencia?- Las enfermedades neurodegenerativas. De todos modos, en una de ellas, en la enfermedad de Parkinson se ha progresado mucho con medicamentos, con cirugía y estimulación. En otras se ha avanzado menos, como en el Alzheimer. Hay esperanzas sobre todo relacionadas con la genética y biología molecular. Es donde más se trabaja y se puede avanzar.
-¿Por qué?- El progreso de la neurociencia cognitiva trasciende las moléculas. En realidad, pretender entender la inteligencia y el lenguaje estudiando las moléculas o las sustancias químicas es como estudiar la composición química de la tinta para entender lo que dice la carta.
- En cuanto a las enfermedades neurodegenerativas como el Alzheimer, ¿hay noticias esperanzadoras para su cura?- Tenemos las esperanzas, pero todavía no hay nada firme desgraciadamente. Eso sí, hay factores que permiten protegernos del desarrollo de estas enfermedades.
-¿Cómo podemos protegernos del Alzheimer?- Por ejemplo, el deporte, la actividad física, la mental y social, y una nutrición adecuada.
-¿Hay que mantener el cerebro en forma?- Es importante. Si no lo usas, lo pierdes. También necesita hacer gimnasia.
-¿Cuánto más mayores también tenemos más conocimiento?- El conocimiento está organizado jerárquicamente, como la corteza. Así que mientras perdemos la memoria de las cosas concretas, del nombre, de la calle, de la cara, etc…adquirimos una memoria más general, más abstracta y se mantienen más los elementos genéricos de la información, que abarca muchos aspectos.
- En su libro también reflexiona sobre la neuroeconomía, ¿Qué le parece este campo?- Hay que ir con cuidado. Es verdad que uno puede jugar con factores económicos, de beneficio y de riesgo, como en una economía real, a niveles bajos y básicos de actividad biológica en el ejercicio de las funciones instintivas y emocionales Y de ahí nació la denominación de neuroeconomía. Nació de estudios sobre todo en primates donde se podía manipular la probabilidad del riesgo y de la recompensa. De todos modos, hay un factor neuroeconómico muy imporante: el descuento por demora.
- ¿En qué consiste?- El niño lo quiere todo aquí y ahora, no puede esperar. Este descuento se reduce con el tiempo porque el individuo empieza a aprender. La demora a veces resulta ser más beneficiosa que la recompensa inmediata. Es importante porque trasciende a la neuroeconomía y llega a la economía real.
- ¿De qué manera?- Hay una industria enorme financiera que se dedica a influir en los individuos, acorta el tiempo a la recompensa por medio del crédito. Quieres comprar una casa y a los pocos días firmas la hipoteca. Luego mucha gente se queda colgada porque no tiene los recursos para pagar la deuda. Ahí está lo malo del descuento por demora, que se ha incrementado en el estado del bienestar.
-¿De los últimas investigaciones en materia de neurociencia cuál le ha llamado más la atención?- Se han hecho verdaderos progresos en la esquizofrenia y en otras enfermedades mentales gracias a la farmacología y a estudios de neurotransmisores. Cada vez cunde más la idea de que la esquizofrenia es una enfermedad de desconexión, sobre todo en la corteza. Y una desconexión que favorece el que tome en primacía los factores básicos, los biológicos y las emociones. Con la emoción se inunda la capacidad de la corteza de razonar lógicamente y se pierde el sentido de la realidad.
-¿Actualmente en que ésta investigando?- Lo que más me interesa es el estudio por técnica de imagen (resonancia magnética funcional) de las actividades cognitivas altas, es decir, el estudio de qué es lo que hay en el cerebro que nos abre al futuro. Parece un poco abstracto, pero hoy en día con la ayuda de las técnicas de imagen podemos acercarnos gradualmente a explicaciones que son hasta cierto punto causales, no solo correlacionales.
- Usted ha desarrollado su carrera científica en Estados Unidos. ¿Cómo ve la fuga de cerebros de España de colegas suyos de profesión?- Ha sido una tragedia, pero España no es el único país que ha perdido cerebros, muchos otros países de Europa lo han hecho, ya no digamos en Oriente. Cuando emigré la ciencia estaba muy abandonada en España. Tuve la fortuna de que mi padre era extraordinariamente liberal.
-¿Qué le dijo?- Entonces estaba especializándome en psiquiatría, la profesión de mi padre, y de ahí me surgió el interés por el cerebro. Recuerdo a mi padre decirme: “De eso no hay nada aquí ¡Véte!”. Era un hombre muy pragmático, aunque sintió mucho mi partida.
- Y le hizo caso…- Enseguida. Me busqué una beca de una Fundación de origen español, la del Amo, que ayudaba a médicos jóvenes españoles en California. Hay que aprovechar las circunstancias y esto en realidad es lo que rige nuestro destino.


Leer más: http://www.lavanguardia.com/



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

La rutina hace que la vida se sienta más significativa

Por Matthew Hutson | 18 de septiembre de 2015 | View this in English


EIKO OJALA

Piense en el acontecimiento más importante de su vida. Tal vez evoque su boda, un viaje a la India o un salto en caída libre desde un avión. No será, desde luego, el hábito de cepillarse los dientes. Sin embargo, investigaciones recientes sugieren que las regularidades triviales de nuestra vida pueden contribuir, y mucho, a darle sentido y significado general.

Por laxo que suene, hallar significado a la vida es parte integrante de nuestro bienestar. Las investigaciones han asociado este concepto con la buena salud mental, el éxito laboral y la longevidad. Y los psicólogos han propuesto tres aspectos al respecto: sustancia, finalidad y coherencia. Con otras palabras, la vida tiene sentido cuando se la considera importante, cuando parece que tiene una finalidad y una coherencia lógica. Los dos primeros aspectos se han estudiado extensamente, pero la importancia de la coherencia no fue verificada de forma directa hasta 2013, año en que Samantha Heintzelman, Jason Trent y Laura King, psicólogos de la Universidad de Missouri, comunicaron en Psychological Science que incluso un sencillo patrón visual puede engendrar mayor significado.

En su estudio, 77 voluntarios observaron 16 fotografías de árboles, las cuales se presentaban en unos casos al azar y en otros de forma secuencial a tenor de las estaciones del año. Los sujetos que observaron la​ secuencia estacional informaron que hallaban mayor sentido a la vida que los otros probandos, según un cuestionario que cumplimentaron al poco de la tarea visual. A otros 229 voluntarios les mostraron tríadas de palabras durante unos pocos segundos cada una. En alguna existía cierta vinculación semántica (por ejemplo, "fugaz", "actor" y "brillo" pueden asociarse a "estrella"), mientras en otras no. Los individuos que leyeron tres términos con relación semántica daban más valor a la vida que quienes leyeron palabras dadas al azar.

Heintzelman y King informaron el año pasado en American Psychologist que, por lo común, las personas consideran que la vida tiene bastante sentido. Heintzelman añade: "Al combinar estas dos líneas de pensamiento —que el sentido de la vida es cosa corriente y que puede ser deducido de la coherencia— nos planteamos: ¿qué aspectos de nuestra vida cotidiana son coherentes?".

Una respuesta es la rutina. En un trabajo que se presentó en febrero en el congreso anual de la Sociedad de Personalidad y Psicología Social de Estados Unidos, sus autores solicitaron a los probandos que resolvieran cinco laberintos. A algunos sujetos se les propuso enredos que admitían soluciones parecidas, por lo que inducían a un hábito. Tras la prueba, estos individuos afirmaron que hallaban más significado a la vida. Los científicos explicaron, asimismo, que los individuos que, según una encuesta sobre hábitos cotidianos, "prácticamente todos los días hacían unas mismas cosas" hallaban la vida más sustanciosa, incluso si se tenían en cuenta aspectos como la atención consciente, la positividad o la religiosidad.

Resulta un poco chocante la idea de que los hábitos corrientes puedan aportar sentido, considera Heintzelman. "Históricamente, no ha sido así como se ha pensado sobre el sentido y significado de la vida; es como si esta noción hubiera sido apeada de su pedestal".

Dejados aparte árboles, tríadas y laberintos raros, Heintzelman sugiere que podemos encontrar sentido a la vida si mantenemos la oficina ordenada, nos atenemos diariamente a un horario, celebramos cenas o reuniones semanales con los amigos o vamos todos los días al trabajo por el mismo camino. "Las aplicaciones son casi obvias", añade. La coherencia de una vida ordenada pone los cimientos para empresas más altas; otro tanto vale para los aspectos de finalidad e importancia.

 

Este artículo se reproduce con permiso y fue publicado primero en Investigación y Ciencia.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Life in the age of shifting paradigms


 

We live in a Universe that grows and changes like an intergalactic forest or brain. Life in our galaxy is a creative unfolding process; every “thing” that exists actually a dynamic self-organizing symphony of form, a cosmic dance in motion. Solar systems spinning, continents moving, societies arising, children moving and growing.

All of these creative systems in our lives (and the greater Universe) are interconnected and related to one another. Unseen forces of attraction keep natural systems together, influencing how the individual parts move and self-organize. A planet and solar system comes into being because of the force of gravity, families are held together by commitment and love.

Our body’s growth is guided by the DNA of our ancestors, it’s cellular systems running on energy from photons that journey to our planet from the sun. The whole Universe swirls like a three dimensional Van Gogh painting, held together by Einstein and Newton’s cosmic laws…

Of course, most people don’t usually think this way. Our cultural world views and values are focused more on social, economic and political games. We are rarely encouraged to pay attention to the interdependent relationships and synergistic processes that make up our lives.

In the most dominant “civilized” cultures our languages evolved to help us exert control over a dangerous and competative world. Our cultures tend to “objectify” everything we see, dividing interconnected systems and creative processes into rigid conceptual categories based on the idea that the Universe is composed of fixed independent objects and polar opposites.

The result has been akin to living with blinders on, wearing cognitive filters that make us powerful predators, but frequently block out essential information, diminishing our capacity for greater wisdom. Our leaders tend to ignore important holistic processes and connections that require our attention, respect, care and support (and that don’t respond well to manipulation). We’ve lost touch with the organic rhythms, natural intelligence, interdependence and unity of the world.

It’s been like Humpty Dumpty falling off the wall. Viewing the Univese in fixed categories and scattered pieces, it’s become very difficult for Civilization’s people to see how all the parts connect together to form greater wholes. As a result modern technologically “advanced” humans have created a host of seemingly insolvable problems.

The field of medicine, for example, focuses on treating “illnesses” which are often the result of biological systems that are overstressed, unhealthy or out of balance. Human bodies that have evolved over millions of years with the capability to maintain and self-regulate their health no longer seem to function optimally.

With education, our children have an innate ability to learn new things, to understand the world’s patterns and develop complex skills. They will learn quickly and easily when their curiosity is encouraged, when learning is creative, interesting and fun. Yet far too often formal schooling is rigid and boring, creating anti-social environments that are out of synch with the way children naturally grow and learn.

The same situation can be seen with many of our most difficult “modern” problems. Drug abuse and alcoholism, for example, are directly related to poverty, stress, social isolation and human unhappiness. Wars occur because the truth that we are one interconnected human family is denied or ignored.

Environmental pollution and destruction arises when the health and harmony of Nature is not respected and prioritized. Economic problems happen when a few people selfishly accumulate wealth for themselves, without caring for fellow humans in surrounding communities who require a share of that wealth to live happy and healthy lives. Each of these problems will continue to exist until we view them differently, so that the root issues can be prioritized, cared for and solved.

How we see the world has a powerful effect on how we feel and behave towards others. If we see a world at war- a world of competition and battle- we respond to situations that way, defensively and aggressively, seeking to exert control and dominate. When we see a world where everything is connected our hearts open more easily, so that we respond more creatively, compassionately and generously.

The challenge for humanity now is to transform and transcend our fractured views, our defensive and competitive “ego-logical” ways of thinking. Once we do that we’ll be better able to care for Nature, support people who are suffering and redesign our more destructive social values and institutions.

Over time, we’ll hopefully find many of our problems falling away, being solved, or dissolving quite naturally. Like a fevered mind awakening from delusions, the health of our planet and communities can be restored once enough of us open our hearts, shift our values and transcend overly dualistic ways of thinking.

~Christopher Chase
Creative Systems Thinking

https://creativesystemsthinking.wordpress.com/2014/02/22/life-in-the-age-of-shifting-paradigms/