domingo, 7 de dezembro de 2014




A Engenharia Social nunca esteve tão presente no nosso dia quanto é hoje. Ela está em todos os lugares, embora você não perceba. As idéias de Skinner e sua trupe do behaviorismo, em conjunto com a ascensão da Neurologia, mapearam o ser humano de Cabo a Rabá. Especialistas dessa área encontram-se em praticamente em todos os segmentos, mas principalmente, na publicidade. O que eles querem é te persuadir, te manipular a fazer o que eles programaram para você. Esse post fala sobre os princípios das técnicas mais comuns de manipulação da opinião pública usadas atualmente, que seria bom você ler para ficar um pouco mais antenado e não cair em tudo que eles falam ou apresentam.


10. A estratégia da diversão


 Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mutações decididas pelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distrações e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais” (extraído do livro “Armas silenciosas para guerras tranquilas” )

9. Criar problemas, depois oferecer soluções


Este método também é denominado “problema-reação-solução”. Primeiro cria-se um problema, uma “situação” destinada a suscitar uma certa reação do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.

8. A estratégia do esbatimento


Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-econômicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente. Países que vivem em guerras, por exemplo, os EUA, gastam muito para persuadir e encaminhar as massas ao objetivo do governo. Hollywood que o diga, faturou trilhões na década de 70, 80, 90 para incentivar o “patriotismo cego” dos americanos. Ou você não percebeu ainda que nos filmes dessas datas, os americanos são sempre os bons moços que querem libertar o mundo da garras cruéis do mal?

7. A estratégia do diferimento


Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como “dolorosa mas necessária”, obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhor amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.
Exemplo: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e econômica foram aceites pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001, mesmo sendo uma ideia questionável desde o primeiro momento, veja a crise instalada na Europa hoje. Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.

6. Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas


A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro (“os dias euro”). Outro exemplo: nossos comerciais de cerveja. Outro exemplo: personagens-bordões do Zorra Total. Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adopta um tom infantilizante. Por quê?
“Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reação tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )

5. Apelar antes ao emocional do que à reflexão

Apelar ao emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamentos… O emocional rompe suas defensas.
Outra camada emocional dos humanos que são seus pontos fracos são suas paixões. As paixões impedem você raciocine e responda a situação pela reflexão e lógica. Entendimento que, inclusive é adotado pelo nosso judiciário no julgamento dos crimes. Sentimentos passionais são motores que impulsionam a persuasão. Por isso que, você pode criticar o que quiser, exceto as emoções e paixões de um povo. Quantas vezes você já viu algum político brasileiro fazer algo contra o futebol? Ou contra o carnaval? Ou uma emissora de TV americana criticar o Super Bowl? Ou um jornal francês falar mal da Arte? Perceba, você pode afundar um país como aconteceu na Grécia, pode fazer rombos imensos no erário como acontece no Brasil, a única atitude que lhe é vedada é se opor as paixões. O bom titereiro usa as paixões como cordas extras na sua marionete para poder controla-la com maior facilidade. Se opor, seria cortá-las. Menos cordas, menos controle. Ponha-se no lugar da marionete e pense: quantas linhas das paixões você conseguiria cortar?

4. Manter o público na ignorância e no disparate
Atuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores”. (cf. “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )
Sabe o porquê disso? As classes superiores temem. O povo é e sempre será a maioria. Eles somente poderão impor suas regras enquanto o povo estiver inconsciente do seu poder. O despertar da consciência pode resultar numa revolta sem precedentes. Já imaginou se a maioria estivesse ciente do poder que a grande massa tem? Quem poderia segurar?

3. Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade


Encorajar o público a considerar “fixe” o fato de ser idiota, vulgar e inculto… Veja que é incidida, por exemplo, na cultura de vários países, o comportamento de deboche frente a pessoa que usa a linguagem culta da sua língua fora de ocasiões formais. Ou doutrinar o público a adotar comportamentos como sinal de inteligência, tais como:
  1. Relacionar gostos, crenças e estilos como reflexo de inteligência;
  2. Atribuir o ceticismo e a incredulidade extrema ao raciocínio e lógica e , consequentemente, a Inteligência, permitindo que os próprias vítimas das manobras de indução virem peões jogando ao seu favor e dissuadindo a opinião publica para longe do objeto comprometedor;
  3. Dogmatizar a Ciência, que assume o papel de Religião aos seus adeptos, transformando suas decisões e visões em relação ao ponto de vista do público em conclusões indiscutíveis e insusceptíveis a erros.
  4. Ensinar que a opinião da maioria sempre é aquela que você deve adotar.
2. Substituir a revolta pela culpabilidade

Fazer crer ao indivíduo que ele é o ÚNICO responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da ação. E sem ação, não há revolução!…

1. Conhecer os indivíduos melhor do que eles conhecem a si próprios

No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que sobre a manutenção do sistema. Ou seja, ele é susceptível de erros a partir que a estratégia é conhecida pela maioria.

“Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis.” Mayer Amschel (Bauer) Rothschild



ADAPTADO DE: http://www.saladosprofessores.com/